Filhos da terra
Acreditamos ser senhores do solo que pisamos, mas somos apenas frutos dele. Respiramos sem perceber que, a cada sopro, devolvemos ao mundo o que dele recebemos.
Em busca de conforto, erguemos muros e nos isolamos em apartamentos, esquecendo ao que pertencemos. Ficamos distraído, iludidos com um falso controle sobre a natureza, quando, na verdade, estamos cada vez mais a sua mercê.
Cuidar da terra é cuidar de nós mesmos. Mas, ao ferirmos a terra, poluímo-nos, devastamo-nos, degradamo-nos. A perda da biodiversidade e o aquecimento do planeta são feridas abertas entre o humano e a terra, e é ali que nossa humanidade vai sangrando.
Reconectar-se com a terra é uma urgência, um dever. Ao redescobrirmos o solo sob nossos pés, redescobrimos quem somos. Pois, no fim, somos terra que respira, que sente, que vive. O reencontro com a natureza é o reencontro com nossa alma, porque não podemos florescer sem as raízes que nos sustentam.