Divagações
Quando cai a tarde outra vez,
Tenho este estranho momento.
Onde me perco em divagações,
Que não me levam a lugar algum.
Mas me sinto impregnado com a lembrança de um outro tempo.
Onde as coisas eram tão mais fáceis entre nós.
Que julgo, me ter sido bem melhor,
do que este que agora temos.
Assim me envolve e abate uma nostalgia que me tem plenamente.
Sinto-me então dominado por uma apatia paupavel e descritível.
Caminho, olhando através das pessoas ao redor.
E penso em todas aquelas que por mim passaram.
Lembro-me de todos os lugares por onde estive, sozinho.
Lamento as coisas que equivocado fiz e as que certamente sem tempo,
não conseguirei fazer.
Anseio as que tendo sonhado, ainda não fiz.
Estando assim, escrevo palavras tortas em páginas inteiras.
Deixando pistas de meus sentimentos em notas de rodapé.
Escrevo palavras mortas e sem ter esperança,
a tudo olho com desconfiança.
Acho que perdi a fé, que era o melhor, talvez ;
Em mim.
Escrevo sobre o que sinto e sobre o que já não é mais.
Escrevo sobre o que houve e sobre o que jamais será.
Escrevo sobre quem partiu e sobre quem jamais chegará.
Escrevo sobre a vida real
E sobre um mundo ideal.
Escrevo sobre o amor que tive
E sobre um amor que em voce acabou.
Escrevo quando inspirado e quando desesperado.
E tenho estado assim às vezes, muitas vezes.
Nessa abulia tão paralisante, que me cansa e entedia o próprio rosto ao espelho turvo refletido, apenas ver.
Só nestas palavras que escrevo, tenho encontrado certo incentivo
e a disposição para abrir pela manhã minha janela.
Mas já não acredito nas pessoas, nem em mim.
Eu já desci do muro
E já não espero nada de bom da humanidade no futuro.