Fofocamos mas não nos importamos com a natureza - Eco x Ego {Comentário}
Como gostei do meu comentário ao texto de Juli Lima, vou postar aqui...
É quase um ciclo vicioso. Todas as pessoas manifestam espontaneamente preocupação com o meio ambiente e os animais silvestres. É algo que entendemos ser tão importante como não assassinar o próximo. No entanto, quando o oportunismo consciente ou negligente entra no jogo, rapidamente todos os princípios ecológicos são ignorados. De modo geral, as pessoas não estão preocupadas com a origem ou a forma de produção dos bens que adquirem, mas sim com o resultado, a vantagem ou o comodismo que eles proporcionam. É fácil ser seduzido pelo consumismo irresponsável de tal forma que seremos os vilões em delírio de que somos os heróis. Distribuir o custo, o dano, o peso para trabalhadores análogos a escravidão ou para a própria natureza. Alguém ou algo sempre paga o preço. Em uma "civilização" assim até um elefante vira mercadoria ou objeto de interação social para saciar um prazer sádico em nome de um suposto esporte. Somos uma civilização do ego. De modo geral, sequer somos capazes de perder o sono pela dor ou sofrimento alheio, contentamos com a superfície da fofoca e dos comentários, de ter assunto para falar e interagir com outros, e assim, novamente, saciar nossas próprias necessidades individuais ao comentar a vida de outros seres. Não haverá fim do ciclo, enquanto não assumirmos a responsabilidade de cuidar do nosso planeta. É muito cômodo criar um grande "demônio invisível" para assumir toda a culpa da qual temos participação. Você pode garantir que todos os seus bens ou ações correspondem à dignidade que este mundo, esta sociedade e você mesmo merecem? Que não há servidão, morte, sonegação, ameaça, tortura, privação, vício, exploração de trabalho infantil, racismo, crime, entre outros exemplos, em seus bens ou supostos méritos? Em um mundo onde amar e respeitar a si mesmo é um problema, amar e respeitar todos os outros seres será um desafio. É um grande problema! Mas vamos marcar um churrascão (ao custo do sangue alheio) para celebrar a nossa alegria de estar vivo hoje ou para esquecer nossas frustrações. Será que somos tão diferentes assim de caçadores de elefantes?
Autor: Tierry Coelho
Texto inspirador: https://www.recantodasletras.com.br/poesias-de-reflexao/8109961