NO CHÃO
Já tinha se acostumado com a ausência.
Já tinha aceitado a ideia de não tê-lo mais.
Ela seguia sua nova vida, conformada. Sentia-se livre e forte, linda e independente.
Então, como um vulto, ele reapareceu. Aos poucos, nas sombras, disfarçado. Começou a pedir sua atenção novamente.
Tornou-se mais presente, mais constante, mais real. E todas as sensações antigas voltaram com ele. O amor, o carinho, o tesão, o medo, a insegurança, a tensão.
Agora a ausência tornou-se palpável. A vontade de estar juntos novamente aumenta na mesma proporção do receio de viver as dores de outrora.
O que estava acomodado em sua mente e coração, está bagunçado novamente. Ela, sentava no chão de suas emoções, em meio ao caos dos seus sentimentos e pensamentos, só deseja chorar. Os espelhos ao redor a impedem de desaguar. Respira fundo, contém-se, não se permite derramar. Mas o peso das lágrimas reprimidas também a impedem de agir. Fica ali, imóvel, contida, no chão.