Alma atormentada

Minha calma aparente

Meu semblante equilibrado

Esconde um espírito inquieto

Que grita, xinga, esbraveja

Tentando quebrar as amarras

Soltar-se e voar sem rumo.

Preciso soltar o peso que me submerge.

Preciso respirar

Estou cada vez mais sem ar.

Ninguém me vê verdadeiramente

Ninguém me nota

Ninguém me entende

Ninguém me escuta

Eu grito por dentro

Caso alguém me visse de fato

Enxergaria através dos meus olhos

O pedido silencioso de socorro.

Meu corpo dá sinais

Ansiedade, falta de sono, procrastinação.

Eu quero paz, apenas.

O cotidiano mata o nosso espírito

“As repetições da rotina diária” suga-nos as forças

Rouba-nos a identidade.

Caminhamos levados pelo acaso e pelo descaso

Pela falta de coragem e pelo medo paralisante.

As mudanças são salutares e necessárias

Mas automatizados não mudamos e perecemos

Quando nos damos conta já se passaram

Horas... dias... semanas... meses... anos... a vida

Andréa Cavalcante
Enviado por Andréa Cavalcante em 08/10/2023
Código do texto: T7904180
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