Na boa, meu.
Na boa, eu não sou mãe de gatos, eu não sou mãe de plantas, eu não sou mãe de projetos. Eu sou uma "ser humana", ok? Como é arraigada essa coisa de querer que as pessoas encontrem felicidade e amor nas coisas que elas encontraram felicidade e amor! Somos seres tão diversos, tão múltiplos, tão parecidos e tão únicos. Tem tanta coisa maravilhosa na história da outra, tantas diferenças para conhecermos, entendermos, admirarmos. Que tal pararmos de desejar que as nossas experiências e escolhas sejam, de alguma forma, as mesmas que a da outra? Eu convivo com gatos, compartilho a vida com eles, cuido e sou cuidada, amo e sou amada. Como uma humana ama e como felinos amam. Nós nos amamos sendo o que somos: animais de diferentes espécies que escolhem viver juntos e encontram uma linguagem de amor. É isso. Papéis e lugares não são substituíveis e, pode crer, tem muita gente pela vida afora que não está tentando substituir nada, simplesmente porque não há nada a se substituir. A vida é repleta e enorme em si. Os amores que vivenciamos na nossa trajetória são sempre únicos, são sempre uma experiência sem igual. Aprendi que é essencial escolhermos as batalhas que queremos lutar. E acima de tudo não escolher as batalhas que querem que a gente lute, que esperam que a gente lute, que exigem que a gente lute. Eu escolho as minhas batalhas e os meus amores, meus sonhos e meus lugares. Você escolhe os seus. A outra escolhe os dela. Você não conhece a alegria e a dor de ser quem eu sou, eu não conheço a alegria e a dor de ser quem você é. Mas podemos, em vez de encher o saco uma da outra, enxergarmos e darmos visibilidade uma à outra. Há imensas e infinitas formas de se estar no mundo. Eu não me meço pela sua régua, você não se mede pela minha. Aliás, fodam-se as réguas.