Talvez, se.
Talvez o meu mal seja amar sem medidas por dentro e amar com medidas por fora
Se pudesse expressar como tem sido difícil ser uma e ser outra, sem querer
Se pudesse, ao menos dizer, ao menos chorar por isso, talvez sofresse menos.
Talvez eu chore por dentro, enquanto, por fora, desdenho.
Se pudesse voltar atrás, pode ser que teria feito uma ou outra coisa diferente, mas não tudo
Se pudesse estar dentro de mim, talvez me compreendesse melhor, ou me entendesse menos mal.
Talvez NÓS seja só a nossa vez, sem que haja eternidade, apenas uma volta num carrossel de alegria e medo
Se pudesse ir mais uma vez, sem entrar na fila desse brinquedo intrigante, do qual corro e para o qual corro, tivesse resposta
Se eu fosse outra e você outra, talvez ontem, hoje e amanhã seria sempre o nosso tempo.
Talvez o tempo seja uma ilusão e a eternidade seja só o mesmo passar de tempo, que só parece mais lento, porque sofro
Se for isso, é certo que pequenos prazeres sejam melhores e mais dignos, mesmo que finitos
Se não for isso, simplesmente não entendo o motivo de minha dor.