Sono

Eu queria parar de sentir tanto sono. Queria parar de me afastar das luzes.

Talvez ter um pouco mais de atitude, ter mais significados para abraçar e justificar todos esses anos que existi e outros que presumo estarem por vir.

Eu queria tirar essa minha expressão de dor mental. Queria poder sorrir de graça e atemporal. Talvez criar um pouco mais de histórias, me entregar a pessoas e conversar por mais algumas horas.

Eu queria ser menos complicado, menos burocrático. Queria ser menos errado, menos solitário. Talvez deixar ela saber que existo, falar sobre o que sinto e colocar como nunca meu coração em perigo.

E, então, eu não ficaria perdido. Alguém pegaria a minha mão para elevar a emoção. Faria amigos, faria amor. Aprenderia sobre a vida e quem sou. Simplificando palavras, eliminando páginas e diminuindo a dor.

Ouviria muito mais durante as pausas. Aprenderia esses negócios de relações para enriquecer as ações. Compraria os quadros de alegrias para os meus consultórios irreais, curando meus labirintos problemáticos, os sorrisos estáticos e manequins do tipo espantalho que não servem mais.

Seria a dieta do tempo, menos preocupações com certos eventos. Baseando meus pés em pilares internos, seria mais confiante para me abrir, mostrar quem sou e o que fiz. Aparecer em cima do palco, mostrar que estou pronto para evoluir. E, então, finalmente uma noite agradável para dormir.