SEM DESPEDIDAS
Tenho aprendido a triste experiência da não-despedida.
Sempre ouvimos falar que cada dia é especial, cada momento é único e nunca se sabe quando será o último, por isso é importante aproveitá-los da melhor maneira. Mas nem sempre acontece assim.
Algumas vezes não há despedidas.
Um tsunami passa por nossas vidas, revira tudo, tira nossa segurança no amanhã. Levantamo-nos em meio aos destroços da nossa alma e temos que lidar com todas as ausências que essa tempestade deixou. Olhamos em volta e não vemos mais os rostos rotineiros, não temos mais o cheiro tão conhecido, não temos mais o sabor do beijo amado, nada de abraço reconfortante.
Apenas o vazio...
Rostos diferentes, sabores diferentes, outros cheiros, outra realidade.
Aprendemos a conviver com a ausência. Aprendemos a sobreviver em meio ao caos. Aprendemos a superar a falta da despedida. Quando não há um rompimento claro, quando não há despedida, quando não são colocados os pontos finais, fica a sensação de que está faltando...
Sem finalizações...
Sem conclusões...
Sem despedidas...
Apenas o vazio inesperado...