Onde está o amor e o dia seguinte?
Neste momento, pego-me a pensar sobre a minha vida.
Conheço tanta gente, o mesmo tanto me assiste e me escuta, me abraça e me beija, mas, longe dos holofotes, percebo, ao meu redor, os móveis, eletro eletrônicos e só.
O som que ouço vem de um televisor, a luz de uma luminária, o calor de um cobertor e penso: "Onde está o amor?"
Ir e vir sem ter por quem ou para quem, além de si próprio, as vezes cansa.
Não se trata de solidão ou necessidade de não estar só. Trata-se do somar e do dividir.
Conversar com o seu diário ao final do dia não supre a necessidade de uma resposta.
O som advindo dos aparelhos eletrônicos não te fazem perguntas.
Percebo a falta de reciprocidade.
É isso! Não se trata de solidão! Trata-se de reciprocidade.
Não se trata de carência! Trata-se de ter o dia seguinte e depois o outro e depois o outro.
Percebo que não se trata de um texto! Trata-se da história que quero ser, junto a alguém, a protagonista.
Percebo o meu inevitável questionamento:
'Onde está o amor e o dia seguinte?'