Eu sempre estive aqui
Por tanto tempo busquei em retratos vagos e passageiros o amparo para as minhas dores
Num quadro sobre a mesa ou uma foto grudada na parede, era para lá que os meus olhos se voltavam tentando de alguma forma obter um conforto
Conforto esse que sempre tinha um prazo de validade
Seis meses, quatro meses, dois anos e cinco meses... Em algum momento todos vão embora.
Hoje, sem rostos estranhos a quem buscar, descobri algo extraordinário,
A estante nunca esteve vazia
Aquele sorriso que ficou eternizado num retrato, sempre esteve ali
A minha busca pelo amparo enfim se findou, quando parei de procurá-lo em quadros efêmeros e o encontrei em mim mesma numa velha foto na estante.