Conheça-te. Quem quer se conhecer?!
Pouco me importo se o Fulano, ou o Sicrano, ou o Beltrano, é ignorante, se ele jamais leu um livro, se ele sofre de dissonância cognitiva, se ele é um analfabeto, se analfabeto funcional, se a mídia o manipula facilmente, se é ele pessoa de pouca ou nenhuma inteligência, se é ele dedicado aos estudos. Pouco me importo. Ocupo-me com a minha formação moral, cultural, intelectual, e não com a alheia. Esforço-me para mensurar a minha ignorância - e já entendi, resigno-me, que jamais o farei com exatidão. Tenho em mente que devo saber quais sãos os meus limites intelectuais, e que idéias sou capaz de apreender, e quais não. Entendo que, estudando-me, observando-me, avaliando-me, poderei, talvez, algum dia, conhecer-me a ponto de acerca de mim mesmo nenhuma ilusão alimentar. Já percebi algumas de minhas falhas cognitivas. Tento corrigi-las. Não sei se um dia serei bem-sucedido em tal tarefa, que, já me convenci, terei de desempenhar durante toda a minha vida, não vindo ao caso quantos anos eu venha a viver. Debruço-me sobre mim mesmo, e comigo me ocupo, sem a severidade emasculante e sem a complacência pusilânime. Enfim, acredito que cabe à cada pessoa ocupar-se de si mesmo, dedicar-se a se conhecer, seguindo o preceitos dos Filósofos.