DO ABSOLUTO
Acabo de temer o Absoluto com toda a sua força cósmica. Um dissolvimento do meu eu, de algo que me sobrepuja. Ele não é um ente protetor. É um ente que traz imponência e me faz ser menor. Um ser pequeno. Um nada. O absoluto é de fato grandioso. Da mesma forma que admirei os meus amores do passado, posso agora admirá-lo com toda a minha consciência. Como diz Fernando Pessoa: Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. Acho que posso entender agora o sentido religioso de cada credo. Eu que é nós; nós que é eu.