Insustentáveis
Os rios que me cortam
Corpo e alma
Guardam-me os pés, as pernas,
Sustentam-me a realeza
No metal das primaveras.
Os rios
Que me contam
Da febre dos levianos,
Da fúria dos insensatos,
Das artimanhas dos homens
De insustentável ambição.
Os rios
Que me asseguram
A solidez e a história
Amargam sangue
Nas bordas.
Já não dão conta de si.