POEMA INEVITÁVEL
Eu queria falar sobre deus, sexo, política, amor e trivialidades,; mas, me colocaram uma carapuça, e fui treinado a ser um personagem.
Depois, quis me tornar poeta, músico, filósofo e até ator, porém, descobri que, destes, eu já tinha me tornado ator, não por opção, mas, por imposição das situações, e sufoquei os outros personagens.
Eu quis me tornar um humanista, um sociólogo, talvez antropólogo, filólogo e até defensor de causas perdidas ou ganhas. Já que meu personagem, não discute muito com minha dignidade; é que meu lado ator, sempre vence quando a conveniência grita mais alto!
Enfim, decidi-me partir para as trivialidades da vida, já que não me restavam muitas escolhas. Eu tentei ser muitos, e acabei não sendo eu. Então, fiz da vida minha luta, minha sobrevivência, minha causa (por imposição também). Eregi um castelo de sofismas, e o meu estandarte foi tremular pequenas idéias que não eram minhas. Lutei bravamente em anunciar dentro de mim, um poema inevitável, confrontando meu personagem, que por conveniência, acabou sufocando o eu iludido, que achava que era eu !!!