Traumas
A sensação que senti ao me cortar foi a melhor coisa que senti há meses.
É convidativo,
é familiar.
Fumo pra esquecer como se faz pra respirar.
Gosto dos péssimos hábitos que tenho,
servem pra camuflar o cansaço que é sentir a tortura de existir.
Mas que porra, o abuso não sai de mim,
nem que por um dia,
eu esqueça.
A terra nos meus pés descalços anuncia que estou viva,
mas dói estar.
Qual é a parte de mim que ele não deteriorou com a sua mão enorme suja de sêmen e sangue?
Quantas partes de mim caberiam dentro do enorme vazio que ele deixou quando me tocou?
O que eu faço com o que sobrou?
Quem arruma o que ele destruiu?