Estou pronto
Não temos o controle absoluto de nossa vida. Não nos é dado escolher muitos dos detalhes desta preciosa viagem. Assim como num curso intensivo da mais altíssima qualidade, existe método, professores e um plano que vamos descortinando enquanto caminhamos. Vamos caminhando e encontrando situações que nos testam, que nos colocam à prova. E aprender na ciência do amor não está tão ligado ao que ganhamos, mas como nos comportamos quando achamos, equivocadamente, que perdemos. Não é tanto ter sucesso, mas saber distribuir alegrias. Não é tanto o eu, mas saber pensar no próximo e sentir prazer em ser útil. Não aparência, essência.
Não temos o controle absoluto de nossa jornada. Mas podemos escolher como nos comportar diante de tudo que a vida nos impõe. Vida que é soberana nos seus desígnios. Não tenhamos nenhuma dúvida quanto a isso.
E uma vez feita nossa escolha, resta ainda trabalhar incansavelmente para sermos aquilo que a nossa consciência nos diz que devemos ser. Pois a dignidade não é um presente. É uma conquista, o salário dos que trabalham a si mesmos. Dos que olham para dentro de si e se recusam a continuar pequenos, sem luz. Que se empenham na auto lapidação.
Diante da consciência dessas verdades, que nos libertam, devemos afirmar, diante da realidade que não temos o controle absoluto de nossa vida, que estamos prontos! É a afirmação que devemos fazer para nós mesmos antes das batalhas diárias: estou pronto para viver a busca pela iluminação, que consiste em iluminar, não em ser supostamente superior. Estou pronto para amar, para tudo que cada escolha minha vai me trazer de volta, ainda que eu esteja em construção.
Não importa se me espera o céu ou o inferno, metaforicamente falando, naturalmente. Esses não são locais físicos, mas estados de consciência. Estou pronto para sofrer as consequências de minhas escolhas. Estou pronto.