Envase

Esse meu coração,

Repleto desse sentimento difuso

Sempre olhei você como quem

Olha flores num vaso, Sempre vendo

flores nunca olhando o vaso.

E mesmo tendo pra mim

a ideia de não força-lo

Hoje quando olhei você,

Voltei a querer até os ossos

A ideia de consquista-lo

Sempre estive protegida pelo fino abismo

Envolto em tecido que separava teu olhar do meu, Mas hoje ao te ver me olhando

Algo aqui dentro derreteu.

Olhando de longe não consigo não reparar,

como a tua nuca desnuda é fácil de desenhar.

Você ainda inocente me insiste em mostrar a tatuagem no teu pescoço,

Que eu ignorava com todo meu esforço.

Quase como um vampiro evitando uma jugular, sigo vendo teu trapézio desnudo,

E repetindo mentalmente: para de olhar!

Se te restou alguma dúvida se gostei ou não desse seu 'eu' novo, basta que olhe pra mim, Pois vendo diretamente teus olhos, estou incapaz de finjir-me boba.

Tua alma flor de daphne já é linda,

Nada mais justo que teu corpo

Faça com ela essa harmonia.

Não olharei demasiado,

Tenho medo de me afogar,

Narcisio tinha sua própria beleza,

Eu ainda estou presa em teu olhar.