O amor e suas estranhezas
Há quem afirme que amar é estar de braços dados com alguém diante de um pôr do sol incrível, mas também há quem diga que é dividir uma sombrinha com alguém em meio a uma tempestade.
Dizem que o amor é chorar e sorrir ao mesmo tempo, despedir-se mesmo quando se esta querendo ficar, ou é ficar mesmo com motivos para partir... o amor é estranho, muitos dizem; parece que é algo particular que cada um vivencia de forma única e especial, o qual se conceitua a si mesmo e jamais permite ser ofuscado por impressões externas.
Ah, o amor... pode ser grande, pequeno, estreito, amargo ou doce como só o mel pode ser. As vezes toma a forma que se quer, consome o espaço que se deixa, chega e vai com pressa ou fica mais um pouco até se esquecer de partir.
Amar de verdade é estar ali, mesmo que a chama da vela se apague ou que o último pedaço de pão desapareça, e mesmo quando a raiva aparece querendo estragar tudo, e mesmo que o outro não entenda porque ficou. Amar é esperar e doar aqueles tic tacs do relógio, sem cobrança ou peso, pois "amor com amor se paga", como diz Rubem Alves; e se alguém pagar de outra forma, que não com o próprio amor, já deixa de ser amor e vira outra coisa, que se disfarçou e enganou a pureza daquele que imaginou a cena mais colorida do que realmente ela era.
Viver sem amor, dizem alguns que conseguem, mas não passa de uma ideia boba e sem jeito para dizer "eu quero amar, mas não sei como não me espetar com seus espinhos". Não, não, não seja cruel consigo. Não imagine seus dias sem amor, sem caminhar de mãos dadas, sem dividir um sorvete ou uma sobrinha nos tempos de chuva.