Folhas na brisa
Andarilho de vidro, invisível mesmo em frente da multidão, voando sem direção como folhas capturadas em uma brisa, tentando alcançar além das colinas. Corvo noturno de vitral, voando entre castelos de espelhos em redomas. Lobo de sombras correndo na noite, guiado pela lua, como que caçando sua presa, corre em direção ao sonho a se esconder entre estrelas. Fantasma sem reflexo em meio a lugares que nunca foram feitos para ser sua casa, afundando em oceanos infinitos sem água, que o tornam desprovido de qualquer emoção. Amaldiçoado, por enxergar além da máscara, condenado sem mesmo ter chance, o único proibido de tentar alcançar a mente fechada na solidão. Alma quebrada, sempre a sangrar por pontes tentar criar e muralhas querer derrubar. Andarilho de máscara em meio a reverberação de falas sem sons, habitando o silêncio, caminhando entre o nada e o vazio, se perdendo entre sonhos.