Nossas órbitas
O mundo de fato é redondo e gira em ciclos,
Isso não quer dizer que ele gira em torno de você.
E caso gire agora, ou girou um dia,
Quantas vezes você acha que ele poderia fazer isso?
Caso não saiba, volte pra casa, lá tem um mundo que fiz pra você.
Se a velocidade desse mundo não for a mesma que a sua,
Encontre o seu universo paralelo.
Ou me mostre o mundinho que você teve a capacidade de construir.
Contudo, não esqueça que você pode estacionar lá no meu quando quiser,
Por um tempo é claro, enquanto isso, descubra o seu caminho.
Qualquer hora dessa poderei estar em outra órbita,
E lá talvez, em algum momento não caiba viajantes como você.
Eu quase morri pra ter as coordenadas que eu te dei,
Elas te levarão a lugares onde já andei, mas que você talvez não queira ir,
Não por estranheza ou loucura, apenas por não ser o mundo que você quer.
Viajante ou não, há sempre um lugar desconhecido,
Inóspito, ou talvez que você conheça, mas apenas não quer abrir a porta.
Porque esse lugar é o seu, e você me levou até lá,
Um lugar que você foi e não soube voltar,
Um mundo novo, uma órbita, um instante, onde você não consegue ficar.
Jean Rocha