Desmoronar
te escrevi mensagens impulsivas que você nunca vai ler.
te reinventei mil vezes na minha cabeça nos piores cenários possíveis, e mesmo assim em todos eles eu te quis. te vi nos filmes clichês, te ouvi nas minhas canções preferidas. parece que a vida inteira gira em torno do jeito que você ri e na forma que mexe no cabelo.
fomos tudo, não somos nada.
quis voltar no momento em que fui embora. quis dar meia volta, olhar nos teus olhos e te abraçar junto ao caos que somos. quis te dizer em voz alta que não me importo com nosso desastre, que é muito melhor desabar com você do que me reerguer sozinha.
a saudade do teu toque grita entre as paredes do meu quarto que decoraram tão bem nossos movimentos em sincronia quando pertencer tinha sentido para nós. quando fechávamos os olhos e ignorávamos toda a decadência que fomos nos tornando.
te amo mesmo depois da partida, com o peito latejando e doendo. te amo mesmo quando você foi o motivo das minhas quedas e meu joelho ralado me lembra que ferida não cicatriza se não parar de mexer.
te amo porque apesar de saber que não éramos o certo, o coração ainda insiste em amar (o) errado.