fio de Algodão
De: Jose Borges
Operaria na fazenda de algodão trabalhava no
arado e na colheita, no rosto óculos de proteção
e uma máscara de pano preta na cabeça chapéu de
palha arredondado nos pês uma botina de couro
bovino e as vestes de tecido de estopa
Mas ao anoitecer ao contrario dos contos de
lobisomem o mundo virava e sob aquela aparência
desleixada os olhos eram negros o nariz afinado de
lábios carnudos e pele macia e achocolatada.
Trazia na face traços finos de moça prendada
na cabeça cabelos negros e cacheados sobre
um corpo escultural coberto com pouca roupa
de fio grosso que escondia os seios e a gruta,
por de baixo uma anágua de um fio fino que
rompe as amarras da vida.
Autoria: Jose Borges da Silva filho
Poetahdasletras
05-03-2021