Um dia frio
A manhã acordou fria, meio calada e eu acompanhei seu espírito. Nada falei. Até meus pensamentos pareciam ter dado uma trégua de fervilhar em minha cabeça.
Descer as escadas e tomar café é algo rotineiramente comum, casual, familiar, mas curiosamente sem brilho quando a manhã acorda pacífica e fria. O sol parecia estar com preguiça, e meus olhos tentando buscar cor e inspiração em alguma coisa além das hipnotizantes redes sociais.
Parece que há dias que a alegria não é tão brilhante, talvez porque ela dependa da forma como acordamos. Ela está lá, mas, às vezes, gosta de se esconder dos meus olhos, atrás das cortinas cor de baunilha.
Abro a janela e a imagem que vejo é como um retrato pendurado na sala ha anos, belo, mas igual, familiar, mas engessado.
Lavar as louças da pia me fez lembrar de que algo depende de mim, e isso traz vida, pois vida é também afazeres, remeximento de coisas quaisquer, escrever no recanto. Coisinhas fáceis, práticas, que fazem parte do meu dia, estando ele quente ou frio, com o sol querendo brilhar ou voltar a dormir.
Mais tarde o tempo muda, as coisas acontecem, e eu contemplarei meu céu fora da minha casinha de pedra. Andarei com pés apressados, como sempre.
Que bom respirar, que bom viver!