A PALAVRA E O SILÊNCIO
A PALAVRA E O SILÊNCIO
A vida tem me ensinado muitas atitudes para bem viver. Uma delas, bastante importante, é a de que devemos evitar a primeira palavra que nos vem a boca. Isto quer dizer, que a miúde, falamos sem pensar, sem medir nossas palavras, apenas as derramamos, esquecendo a alta dose de incompreensão que elas podem ocasionar.
Quem não é tentado a dar a sua opinião sobre um assunto que não domina ou que seja polêmico ? A opinião só deve ser manifestada quando solicitada. Ainda assim, considerados sejam o assunto e a pessoa que nos questiona.
Não queiramos, por outro lado, ter ponto de vista sobre tudo, sem que tenhamos base sólida para tanto. Melhor seria ouvir opiniões diversas, pensar sobre elas e, se controverso o tema, guardar para si as suas conclusões.
As palavras mal proferidas criam raízes. A sabedoria popular afirma que religião, futebol e política não se discute. Todos temos um credo, um clube e uma ideologia. Ninguém vai nos fazer mudar. A opinião contrária só vai criar antipatia e inimizade.
Também com os filhos adultos devemos manter um certo equilíbrio. É certo que nos cabe orientá-los, lembrando-nos de que não somos os donos da verdade e de que eles tem o sagrado direito de escolha. Acima disso, deixa de ser conselho e torna-se intromissão. Saibamos que errar na opção é normal e faz parte da evolução.
Quantas discussões seriam evitadas, se fôssemos menos ansiosos em querer exercitar o nosso poder de convencimento. Mesmo quando delas saímos certos de que nossa opinião prevaleceu, é bom considerar que o nosso contendor talvez tenha preferido não mais argumentar, para evitar desentendimento.
Disse um certo pensador: você quer ter razão ou ser feliz?
Somos senhores do silêncio e reféns do que dizemos. A palavra errada tem grande poder destruidor e não tem conserto.
p.s.- Pronto, estraguei tudo. Dei minha opinião sem que ninguém a solicitasse.
abc das Letras.