A você, passarinho sem norte
Você que escorre por entre seus próprios dedos acreditando que suas razões justificam seus medos, receios e até pavor. Mas não entende que esse medo escraviza o voo da andorinha? E que o João de barro não é João sem a sua casinha?
Pular do penhasco, transportar seu físico, sua voz e olhos para um país oposto ao de quem é importante para você, não te faz esquecer que você continua sendo você onde estiver. Não adianta virar uma página do livro com a mão sem entender o que estava escrito na anterior. Você só está perdendo, saiba. Perdendo tudo o que alguém gostaria de ter e não tem, pessoas que amam você sem porquês, entendendo suas dores ou não como você supõe.
Essa é a beleza da vida (ou não), ela não é perfeita. Mas há uma forma de torna-la tragável e compreensível dentro de nós, amando o que rejeitamos por achar que não conseguimos lidar. Escolher ficar ao invés de partir sem razão de morte. O tempo passa, e cada escolha que te leva para longe do que é bom, diminui seus momentos de alegria.
Quando voar, voe livre com corpo, alma e espírito; deixando para traz a dor que reluta em ficar dentro da sua mala chegando onde você chegar.