Dos relacionamentos modernos
Parece-me que não me enquadro no novo formato dos relacionamentos modernos. A ideia da indiferença como prova de superioridade em nada se confunde, pra mim, com o que sei - e vivi - do amor.
E eu, que quando amo, não sei ser indiferente; eu, que de tão intenso, por vezes me queimo em minha própria chama; eu, que por amar, sou capaz de mover montanhas; eu sou mais amante ou menos amante? Sou mais ou menos amável? Eu nasci para amar, mas não para os amores. E não tenho pares nisto tudo.
Não seja tola. Não faça de minha reclusão, querida, como um troféu teu. O fato de ter sido você a última a ter conhecido minha alma nua não te traz a prepotência de achar que me exclui dos sentimentos do mundo por pesar tua ida. Não!
Eu sou fruto de todas as falhas sentimentais que me propus a viver. Dentre elas, certamente está você, mas não só e tu bem sabes disso. Eu tentei muitas e muitas vezes. Então, meu bem, não concedas a ti tamanha importância. Não tens.
Por não saber ser indiferente quando amo, hoje não amo. E sou indiferente. A tudo e a todos. Como grandezas inversamente proporcionais, entendi que para manter-me são, o amor não me cabe mais.
Eu não sou mais confusão.