As folhas caíram, e eu me vi caído entre elas.
Eu sinto, e sinto muito.
E por sentir muito, estou perdido.
Vivo o paradoxo de quem se faz vulnerável,
ao se entregar,
numa relação de amor.
Vivo o vazio da falta.
Sinto o excesso da angústia.
Carrego o peso da decepção.
Respiro o denso ar da dúvida.
E, em menos de quinze minutos, tudo mudou.
Evaporou por sobre minhas mãos,
ferindo a ponta dos dedos,
apertando o coração,
sufocando a mente.
O amor desmorona dentro de um carro,
indo para o colo da pessoa amada,
com ela ao lado,
através de uma mensagem de celular.
Desde em tão eu choro
e engulo o choro.
Desde em tão me faço forte
e me entrego à vulnerabilidade.
Desde em tão eu sinto um tristeza forte,
não raiva, não rancor,
uma tristeza.
Tomei café com a decepção ao lado.
Almocei com a tristeza na minha frente.
Deitei com a bagunça me balançando,
não me deixando dormir,
e ela convidou todas as amiguinhas,
e me atormentaram
e se alegraram em me ver chorar.
E desde então eu sou lágrimas.
E desde então eu tomo coragem,
e tento colocar isso pra fora.
E desde então eu busco por mim mesmo,
para que eu possa me reerguer e seguir.
E estou no chão, sentindo,
buscando compreensões.