Velho Tempo

O velho tempo, afoito de toda a sua imponência.

Chegou para aqueles que esperavam que ele passasse,

Chegou para os que queriam que ele voltasse,

Chegou para a criança que nem tempo ainda contasse,

Como uma reticência...

Fez o dia ficar longo, as noites mal dormidas.

Cheias de almas, aflitas, consumidas.

E os dias se fizeram horas de vidas perdidas.

Amotinado por sua prepotência.

Desordenou a ordem a desordem e os ordenados,

Calou os gritos dos grandes e dos apequenados.

Seu furor fez os desadunados, concatenados.

Sem direito a leniência.

Que ele passe, e deixe dias para os que ainda não viram o por do sol no mar.

Que ele ainda chegue para os que precisam amar.

Que este agora, se vá, para nunca mais voltar.

E nos traga de volta, alguma essência.

De tempo.

Em tempo.

Por tempo.

Com tempo!

23.03.2020

Tinna Mara de Camargo

Tinna Mara de Camargo
Enviado por Tinna Mara de Camargo em 01/08/2020
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