O inconcebível acaso

O inconcebível às vezes não é pário para o nosso frágil senso comum.

Nossa insistência em não conhecer o nosso descaso com o acaso.

E caso houvesse alguma chance de entendermos, nós a desprezaríamos.

Porque faz parte dessa nossa essência miúda em não querer ser mais do que seríamos.

De não intentar ser cabível no que é vasto e inevitável.

Mais do que um simples quiçá.

É esse rebento, alento que o inesperado nos pinta de forma tão inefável.

Como um Picasso, cheio de traços fortes incoesos e ao mesmo tempo com ampliação.

Pincelando apenas e deixando interrogação.

Com seu cubismo, realismo e tantos descompromissos.

Nos faz apenas apreciadores de uma arte, onde cabe apenas sermos submissos.

- Tinna Mara de Camargo

Tinna Mara de Camargo
Enviado por Tinna Mara de Camargo em 01/08/2020
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