O inconcebível acaso
O inconcebível às vezes não é pário para o nosso frágil senso comum.
Nossa insistência em não conhecer o nosso descaso com o acaso.
E caso houvesse alguma chance de entendermos, nós a desprezaríamos.
Porque faz parte dessa nossa essência miúda em não querer ser mais do que seríamos.
De não intentar ser cabível no que é vasto e inevitável.
Mais do que um simples quiçá.
É esse rebento, alento que o inesperado nos pinta de forma tão inefável.
Como um Picasso, cheio de traços fortes incoesos e ao mesmo tempo com ampliação.
Pincelando apenas e deixando interrogação.
Com seu cubismo, realismo e tantos descompromissos.
Nos faz apenas apreciadores de uma arte, onde cabe apenas sermos submissos.
- Tinna Mara de Camargo