Depois do fim
Será que faz sentindo pensar que a partida é um pouco mais fácil quando nunca mais se verá o outro? Assim, termina-se com uma bela despedida, doces palavras, um abraço tão apertado capaz de conectar mais do que um beijo. Já não é hora para beijos. Deseja-se tudo de bom ao outro e ainda há aquela possibilidade de olhar para trás uma última vez e gravar na memória esse momento quase etéreo. Fim. Para sempre eternizado na memória com o carinho daquele abraço. Mas, será que não é um pouco mais difícil, no dia seguinte, na semana seguinte, ou quem sabe no ano seguinte, encontrar o outro nos mesmo lugares de sempre, só que agora sem você? Encontrar aquele mesmo corpo, mas que agora é habitado por um desconhecido, talvez. Ter que desviar o olhar rapidamente, pois já não faz sentido se prolongar. O triste é que esses relances vão aos poucos destruindo a beleza daquela despedida sem igual, trocando os detalhes por imagens deste agora desconhecido. Até que um dia você se questiona: será que realmente vivemos tudo aquilo?