PRANTO

Quem há de impedir o mover das muitas aguas

Quem poderá apagar o fogo que arde em nossas entranhas

Quem é capaz de dizer em voz alta no que se tornou quando isto envergonha

Quem seria capaz de lançar a lança em quem lhe estendeu a mão

Quem além de tu oh escuridão poderá me ver por dentro

Quem seria capaz de moderar meu pranto a não ser um misero papel toalha arrancado agora de um rolo novinho em folha

Quem seria capaz de plantar nos meus jardins de solo infértil e contaminado pela praga

Onde desenfreada cresce as ervas daninhas impedindo que as flores floresçam

Impedindo que os frutos não amadureçam e apodreçam antes mesmo de ser fruto.

Aurora dos meus dias é triste o meu pesar

Rogo-lhe por essas horas as flores fúnebres e cheirosas dos que dormem e ainda não estão mal cheirosos

Aos que não entendem a deixa dos poetas e apontam seus dedos

com toda imundice que plantou em si suplico-lhes

saiam

Que os sons dos violinos do triste musico interrompa meu choro ou acelere a ponto de diluir a menina dos meus olhos com seu ácido letal

Mas quero o que vejo e quanto mais quero menos vejo .

Esmeralda

Esmeralda V
Enviado por Esmeralda V em 26/06/2020
Reeditado em 26/06/2020
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