PRANTO
Quem há de impedir o mover das muitas aguas
Quem poderá apagar o fogo que arde em nossas entranhas
Quem é capaz de dizer em voz alta no que se tornou quando isto envergonha
Quem seria capaz de lançar a lança em quem lhe estendeu a mão
Quem além de tu oh escuridão poderá me ver por dentro
Quem seria capaz de moderar meu pranto a não ser um misero papel toalha arrancado agora de um rolo novinho em folha
Quem seria capaz de plantar nos meus jardins de solo infértil e contaminado pela praga
Onde desenfreada cresce as ervas daninhas impedindo que as flores floresçam
Impedindo que os frutos não amadureçam e apodreçam antes mesmo de ser fruto.
Aurora dos meus dias é triste o meu pesar
Rogo-lhe por essas horas as flores fúnebres e cheirosas dos que dormem e ainda não estão mal cheirosos
Aos que não entendem a deixa dos poetas e apontam seus dedos
com toda imundice que plantou em si suplico-lhes
saiam
Que os sons dos violinos do triste musico interrompa meu choro ou acelere a ponto de diluir a menina dos meus olhos com seu ácido letal
Mas quero o que vejo e quanto mais quero menos vejo .
Esmeralda