Ecos
Sempre há um resquício em nós de ecos do passado. Com um trem que sumiu na curva mas ainda se ouve o apito e se vê a fumaça, mas não o trem.
O tempo com suas areias que escorrem por entre os dedos e pensamentos, não ofusca mais a visão interior dos desleixos e oásis onde encontramos vozes e palavras. Repouso e vontade de ir. Me pergunto se realmente colhemos o que plantamos ou se, as vezes, essas sementes adormeceram e só agora eclodiram no tempo e no espaço.
Horizontes e desertos, apertos e lágrimas, nem sempre tristes, nem sempre alegres. Só uma colheita difícil que nem sei se é nossa.
A dura miséria de cada um mesmo que se farte à mesa está na semente que adormece e se passa, de tempos em tempos, resolvendo trazer um olhar diferente para o mesmo campo.
Contornos e paredes, retornos e caminhadas que distam uma história. Será que colhemos o que plantamos? Os ecos, às vezes, soam com outras vozes.
Penso que Cry for help do Rick Astley fica bom aqui...