O amor é um chá quentinho
Eu sei que o amor não é sempre como um pôr do sol na praia ou um piquenique em um parque. Sei que, em muitas vezes, ele faz de nós como folhas em meio a um forte vento, mudando tudo de lugar.
Um lago, um barco, dois remos e dois navegantes que não sabem sequer remar. Mas, não dá pra esperar que as águas de um lago levem o barco pra algum lugar. Mesmo que leve, pra qual lugar iria?
O amor faz com que aprendamos a remar juntos, na marra, questão de sobrevivência. E se o braço se cansar de remar, só descansar. Recomeçar.
Pra onde ir? Norte, sul, leste ou oeste? Nem sempre saberemos. O amor é uma surpresa que surpreende os amantes, diariamente. O amor tem um gosto pra cada pessoa. Pra mim, ele tem gosto de um chá quentinho no meio da noite. Daqueles que nos aquecem no frio.
É, o amor é um chá quentinho no meio da noite. Aquece, mas pode queimar a boca se beber rápido demais. Um gole por vez.
Assopra daqui e dali. Não tem tanto segredo. Mas, nem todo mundo arruma tempo pra beber um chá no fim do dia, sem pressas ou pensamentos em excessos.
A graça do chá é apreciar o momento, sentir seu aroma e saborear o gosto. O gosto de um chá quentinho no fim do dia.
Quem quiser, que pegue suas xícaras e atente-se: não deixe que o chá se esfrie em uma noite fria.