Leal a mim mesma
Eu sinto falta daquela pessoa disposta
a se apaixonar que eu era.
Não é que não queira mais me apaixonar.
Até quero, mas as pessoas me despertaram o cansaço.
Esse tempo todo sozinha,
aproveitei pra ouvir coisas de mim,
coisas que há tanto tempo
eu não prestava atenção.
E agora parece que o lugar que estou
me acomoda muito melhor que os peitos que ocupei
ou tentei ocupar.
Minha alma pedia paz,
meu corpo pedia calma,
todo o conjunto de quem sou
precisava de mim como nunca precisou antes.
E foi então que eu decidi me abrir
pra me abraçar,
me perdoar
e, o mais importante de tudo,
aprender a me respeitar,
entender os meus limites
porque às vezes insisto em pessoas que não mereço,
e eu preciso saber discernir
o que quero do que realmente preciso.
Hoje,
talvez a maturidade se confunda um pouco com a exigência,
passei a desistir mais das pessoas,
e insistir menos nas relações.
Não é do meu interesse entrar em qualquer
vínculo que me canse.
Porque agora, ter a minha companhia
já é suficiente pra caralho,
e eu só dividiria com outra pessoa
se fosse pra confortar, entende?
Eu não aceito mesmo,
não vou aceitar jogos,
exigências que me afastem de mim mesmo.
Não quero, não quero nada
que me tire a paz que tenho agora,
que me roube o afeto tamanho que construí por mim.
Não desejo, nem mereço
ter algo que sequestre o meu sono
que me traga desequilíbrio emocional
e me faça duvidar da minha capacidade.
Eu não permito, não aceito
não quero, nem à força!,
qualquer sentimento que beire
o apego ou dependência.
Podem me chamar de egoísta,
do que quiserem!
Eu só saio do meu limbo
por alguém que tenha aprendido a amar na vida,
por alguém que, mesmo com os machucados,
saiba sentir sem necessidade alguma de fingir.
Só divido minha companhia com alguém
capaz de apreciar a sua própria.
Só abro esse peito surrado
por alguém tão intenso quanto eu.
Caso contrário, melhor me deixar na minha