Pensamentos Noturnos
Era tarde. Uma lágrima fina saiu dos olhos do rapaz. Era jovem demais para ter pensamentos tão longínquos. Ele havia tido um sonho. Nesse sonho, ele se viu daqui a um ano, em seu aniversário. Era mais um aniversário na qual ele apenas fez um bolinho para a família para poder economizar para alguma outra coisa e ainda assim tentar reunir a família. Nesse sonho ele estava triste, ele sentia um vazio, como se aquelas pessoas em volta não significassem nada. Ele amava aquelas pessoas, porém, algo era muito diferente. Era como se ele não quisesse estar ali mais ainda assim, quisesse. Essa imagem em instantes sumiu, e foi substituída por uma escada, essa escada levava à uma porta fechada, e no topo dela estava o rapaz, ele tocava um instrumento com um som relaxante. Ele tocava algumas canções e assobiava pois não cantava bem. Em alguns momentos ele fazia paradas e olhava para baixo. Algumas vezes, ele via pessoas sentadas em roda conversando, talvez devesse se juntar a eles? Meh. Outras vezes via casais apaixonados tentando se esconder em algum lugar daquela escola para poder se amar. Talvez fosse isso, talvez ele precisasse de alguém? Neh... Ele já tinha seu instrumento e fones de ouvido, essa era sua companhia. As coisas que ele mais odiava de ver era quando um grupo de três ou quatro dias garotas se reunia embaixo da escada para dançar uma música que para o rapaz, não havia nada de melodioso e a batida era enjoativa. Em vezes como essa ele se levantava e ia caminhar. As pessoas olhavam para o garoto com olhares tortos, como se ele não se encaixasse entre eles, e estavam certos, além do mais, não fazia questão de querer se encaixar, estava bem. A imagem mais uma vez foi embora e foi substituída pela última visão. Nela, Arthur se via em um futuro distante. Ele estava sentado em uma cadeira em frente a um computador, continuava infeliz. Nesse sonho, eu estava escrevendo algo. Senti algo roçar em minha perna, era Link, meu gato. Eu tinha adotado ele a 6 meses procurando a companhia que eu me arrependi de não ter procurado anos atrás. Levantei da cadeira e procurei algo para comer. Abri a geladeira, estava cheia, eu fazia o que eu amava, escrevia. Eu continuava infeliz. Voltei ao computador, sentei e voltei ao topo do documento, seu título era “Carta de despedida”, começava comigo escrevendo sobre mim sonhando com o futuro. Nesse momento a visão se fechou, e eu voltei à cama, com o travesseiro um pouco molhado. Vi a hora, quatro da manhã, eu deveria dormir, amanhã era o primeiro dia de aula. Eu até pensei em escrever sobre esse sonho, mais quem se importaria demais para ler?
No fim, eu fechei os olhos e dormi, no dia seguinte eu já não me lembraria de nada mesmo.