Artifícios da Palavra

Dizem que “quem canta seus males espanta”,

Não precisei cantar para entender os

efeitos terapêuticos da palavra.

Sem dispensar o potencial revigorante da

canção, posso dizer que sobrevivi por ela,

Afinal, dá início, até mesmo para a

música...

“E o verbo se fez carne e habitou entre

nós….”

Assim, tudo começou… Como relata o texto

bíblico.

Tudo ganhou forma, corpo, vida, nome,

sopro...

Dizer de si é sempre um processo

organizador,

Abre portas,

Desfaz mal entendidos,

Liberta monstros,

Constrói pontes para que o sujeito

nomeie a realidade,

Penetra o simbólico, o pensamento, a

abstração…

Sempre me utilizei dela,

A palavra parece edificar processos,

Contextualiza cenários, discrimina

violências, vulnerabilidades, fragilidades, vivências

Em resumo, o dito e o não dito nos

constituem,

Somos produtos destes;

Penetrados por experiências,

Invadidos por contrários,

Descritos pelo outro,

E desde sempre, desnudados e cobertos

pela palavra.

Vanessa Guimarães
Enviado por Vanessa Guimarães em 22/12/2019
Código do texto: T6824621
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