O Preço da Razão Vencida é a Insanidade?
O preço da razão vencida é a insanidade? O preço do conhecimento negado é o triunfo da crença vazia? O preço da liberdade muda é a tirania cega? O preço do medo é o louvor à ideologia do poder? O preço do trabalho produtivo desincentivado é a ganância bruta do supérfluo? O preço da confiança na representatividade é a troca de favores oportunistas entre os próprios representantes? O preço de ser contribuinte assíduo com impostos, taxas e juros, é alimentar a corrupção? O preço do amor redentor é o ódio? O preço de ser é o não ser?...
Sociedade de inversões de valores: as gerações da humanidade ainda merecem isso? Às gerações vindouras cabem os soldos nos dias da derrama?
Refletir sobre tais perguntas pode indicar caminhos para situar dúvidas do que se pretende como ser humano, dentro daquela honestidade própria no pensar livre e sentir-se inteiro no mundo que realmente se deseja. Há algum tempo busca-se incansavelmente entender alguma coisa sobre os verdadeiros propósitos da humanidade. E sobre isso pode-se afirmar que “a caminhada é muito mais que a ilusão de chegar.” O revezamento de gerações é muito mais que os padrões cíclicos descompromissados com o futuro humano em seu recôndito mundo.
Entretanto numa premissa, não é possível afirmar que haja hierarquia nos valores humanos frente à incerteza de propósitos verdadeiros da humanidade que, ao ser alcançados mesmo que momentaneamente, são únicos no Universo conhecido. Pouquíssimos seres humanos, como brilhantes criaturas, demonstraram valores que talvez se aproximem dos objetivos prováveis da humanidade.
Infelizmente o que ainda resta concluir por enquanto é certamente que a tirania cega, a liberdade muda, o medo, a razão vencida, a crença vazia, o louvor à ideologia do poder, a ganância bruta do supérfluo, a troca de favores e a crescente corrupção, existem apenas dentro daqueles seres que não desejam vislumbrar objetivos maiores a serem logrados pela continuidade das gerações humanas em direção ao devir informe.
A sociedade merece sobreviver, por que a humanidade ainda precisa significar. A vida humana precisa valer a pena.
Então, caminhar sempre a passos firmes como significantes criaturas, sem qualquer ilusão da chegada, é a maneira única de alimentar permanentemente a fé e a esperança no futuro daqueles que geramos, que cativamos e que pelos quais passamos a ser direta e indiretamente responsáveis...
(Tim Holanda, Aclimação, 15dez2019)