Metamorfose

Sempre me perguntei como as pessoas tem tanta facilidade para falar de si, e de se apresentarem com tanta certeza em suas afirmações. Para mim, sempre foi difícil descrever ou definir quem sou, sempre foi um ponto de interrogação, já que o tempo foi um caldeirão de metamorfoses, vivências, traumas, medos e crises existenciais. Crises essas que até poderiam soar como arte e poesia, mas que vai além de sombra e luz. Tantos ciclos, assim como tantas e tantas tatuagens. Hoje posso me olhar e ver que estou me tornando quem eu sempre quis, de uma pessoa tímida e medrosa a uma mulher empoderada e, mesmo com medo, vai. Sou mulher, sou sapatão, sou artista, sou fera, sou palhaça, sou ansiosa. Depois de tantas terapias, tanta busca sem fim e continua de cura, de auto conhecimento, do meu eu mais verdadeiro, me encontro no presente. Sim, tenho orgulho dessa mulher do espelho e, principalmente, das suas lutas, dos seus medos, dos seus machucados, das suas cicatrizes e das inúmeras de um coração partido e solitário. Hoje posso tanto sorrir ou chorar na frente do espelho, sabendo que a felicidade começa amando a mulher que sou, primeiro. Essa mulher sou eu, Neza, que sempre vai buscar ser sua melhor versão.

Neza Nóbrega
Enviado por Neza Nóbrega em 06/12/2019
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