Blá blá blá da angústia
Há algum tipo de ungüento para amenizar a angústia que penetra os peitos dos desolados ? Quantos rituais são necessários para salvar uma alma do objeto desconhecido de seu phatos crônico ? Cada teoria exibe uma fórmula, todas tem um dizer e um saber que convoca poder, mas qual dará voz legitimada àquele que sente profundamente o cortar na carne de seus pensamentos? Para onde foram os bons amigos? Haveria, ainda , no mundo homens cujos laços intersubjetivos promoveriam libertação ou dariam algum bálsamo amenizador aos sedentos de afeto e confiança? O existir é uma voz no vazio, um resto de discurso, uma sensação de incompletude inscrita num corpo putrefante, uma solidão de si. Ser é uma espécie de posição esquizóide: habita-se um lugar desconhecido, vive -se em um confronto de dois Em um. O que tornou a estrada tão escura? Será que quando se apagaram as luzes deixaram para trás apenas entorpecentes químicos e simbólicos? Sujeitos, clamam a si mesmos o direito de não-ser, pois o seu contrário tem um sabor tão amargo.