SOBRE O LEGADO DO AMOR (e caveiras em caixas escuras)

Quase tudo que nos toca não importa… não importa tanto assim.

A livraria vai bem – obrigado - e quando eu descolo uma bulhufa que estabeleci em minha cabeça como “mínimo suficiente para fica numa boa” a primeira coisa que vêm em minha cabeça é fechar a loja mais cedo e dar o fora daqui... e encontrar amigos, tomar um café, escrever poemas, sentado numa praça. Quase tudo que nos toca não importa… Não importa tanto assim.

As pessoas deveriam pensar um pouco mais no que realmente fariam com essa quantidade ENORME de grana que “PRECISAM” e desejam obter um dia, com todo esse trabalho árduo... Quero dizer... se você tem 40 milhões ou tem 10 milhões, sua vida será praticamente a mesma.

Difícil mesmo é quando se tem de Zero a um salário-mínimo! E são justamente as pessoas que quase não fazem queixas. Acho que o mais preocupante na vida das pessoas deveria ser a quantidade de humanos que cercarão suas camas, em seu leito de morte, e o quanto de AMOR ELAS TERÃO por você. Tanto amor a ponto de pararem suas próprias vidas a fim de acompanhar e chorar a SUA morte. Isso é deixar um legado.

Legado não se compra... Legado não se crava em esculturas e bancos de praças públicas. As pontes de Salvador estão repletas de nomes que não importam pra quase ninguém… No final você se torna uma caveira posta dentro de uma caixa de madeira num lugar horrível e escuro... palco básico de todo bom filme de horror. Dizem que o luto dura no máximo 2 anos… hum? Em 2 anos então, qualquer patrimônio financeiro e material poderá ser vendido, revertido, gasto, jogado no lixo, comido, torrado e enfiado rabo... E não perguntarão quem foi que juntou essa grana. Você se tornará uma energia extinta e esquecida.

AME AS PESSOAS…! E tenha muita pressa em conseguir a tal façanha de receber algum amorzinho em retorno.

(H.B)