Não quero me molhar

"Ora, a fé é a certeza de coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem". (Hebreus 11:1)

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Sabe aquele almoço de domingo, mesa farta preparada, toda a família em volta, cheiro irresistível, piadinhas coerentes, semblantes alegres, música, gargalhadas, tinir de talheres, ranger de garrafas e copos, crianças a correr pra lá e pra cá, sobremesa a gosto, harmonia facilmente perceptível, diversão, prazer por estarem juntos, convergências nas divergências, equilíbrio nos conflitos, conciliações, reconciliações, Amor a permear tudo?!

Qualquer um que esteja inserido em um contexto assim é um ser privilegiado que está experienciando o que vê. Há muitos que vivem uma realidade muito diferente dessas circunstâncias apresentadas, mas que, pela fé, podem alcançar um nível comportamental grupal assim, e experienciar relacionamentos equilibrados, até mesmo fora de um ambiente familiar, em outros grupos sociais. O Amor é que faz a diferença.

Pense em uma cruzada de orações em que pessoas se deslocam até o monte para clamar a DEUS por chuva. O calor é intenso, como jamais visto. A água está limitada. Rios, córregos, lagoas e minas já não existem mais, pois não resistiram às intempéries. Muitas crianças, nascidas nessas circunstâncias, não conseguiram sobreviver e aquelas que superaram essas horrendas adversidades, todas elas nunca tiveram o privilégio de ver uma nascente nem de brincar nas águas de um lago ou rio. Não sabem nada sobre essas coisas, pois, para elas, essas coisas nunca existiram.

Voltando à cruzada de orações, muitos fiéis recorrem à fé, a fim de verem novamente cheios os rios e lagoas. Todos têm muitas saudades daquela cascatinha em que se refrescavam em remotos tempos, das plantações viscosas da época e dos belos pomares que cultivavam. E, nessa batalha da fé, peregrinam juntos, compartilhando o que ainda resta com todos. Ninguém, tendo condições de locomover, fica para trás. Seguem com eles idosos e crianças também.

Em meio a todas essas coisas, uma criança bem raquítica, como era a esmagadora maioria delas, levava em uma das mãos um pequeno guarda- chuvas, e alguém a questionou sobre qual seria o motivo, talvez, esperando uma resposta plausível de que aquele objeto era para protegê-la da luz solar. No entanto, aquela criança disse: EU NÃO QUERO ME MOLHAR QUANDO ESTIVER VOLTANDO!

ISSO, SIM, É FÉ!