A Medicina da Alegria

Rezos, rezas, banhos, banhos e defumações, nenhum deles é tão curador como a Arte e Arte que se faz com luz, gera no outro inspiração. Entre Aleluias e Axés um palhaço sagrado canta, grita, sorri animando o público enquanto esconde sua dor. É a medicina do contrário. Contrário ao mundo, contrário ao tempo, a frente do tempo. Negar, nunca. Podar, jamais! Eu queria que o mundo fosse uma libra. Queria que o mundo fosse menos gerúndio e mais agora. Queria que os braços, pernas e mãos do mundo soubessem o que fazer. Queria que todo mundo soubesse que cada ponto importa, que cada um importa. Queria querer menos e assim extirpar as redundâncias. Com elas iriam embora as justificativas, sobrariam silêncios e ações. Eu queria que o mundo fosse uma balança e no centro, entre o discurso e a ação houvesse menos zona de conforto. Eu sou o mundo, mas ele não me é. Eu queria que o mundo a cada volta nele mesmo balaçasse pra ver se dá um jeito. Esse mundo precisa de mim em movimento. Parar não é uma opção. Entre tantas oportunidades, pra que me preocupar em cumprir com as regras deste mundo que me nega? Descobrir onde reside a humilde é um caminho de reconstrução de minha visão de mundo. A cada passo que dou, cada escolha que faço e cada reconhecimento que adquiro, tento ao menos não me igualar ao que nego. Dizer não, é difícil. A gente diz sim para tanta coisa, por qual motivo dizer não, deveria ser difícil? De difícil já basta ano de 2019 que deixou às claras os encostos encarnados. Os hipócritas dotados de uma arrogância aristocrática. Uns fingem acidentalmente errar enquanto exploram seus prestadores de serviço não assalariados, outros mentem para fugir da realidade, alguns fingem fidelidade ideológica-partidária pra sustentar o personagem vitimizando-se e solicitando favores a quem chega sem nenhuma vergonha na cara. Esse tipo, raso e tendencioso está por toda parte e pode ser reconhecido pela sua postura costumeira: Cobram. Acreditam que os outros, principalmente os que na escala social são menos privilegiados, devem estar sempre a sua disposição. Eu disse todos! Pois, esse tipo trata como servos até os seus inquilinos. É ranço que chama? Cerimonialistas e convencionais por natureza, não exitam em falar asneiras ou fazer comentários muitas sobre a vida alheia sem crivo, sempre pelas costas, claro! Ah e perguntam viu? Perguntam tudo! Sem nenhum disfarce para não parecerem fofoqueiros. São mesmo um bando de abelhudos! Só que, fofoca e soberba são elogios, perto da ganância e mesquinhez promovida por essas carniças ambulantes.

Não seria surpresa que a insatisfação e o péssimismo sejam as companhias inseparáveis destes Reis e Rainhas sem trono. Parasitas por natureza, não podem oferecer ao mundo nada além de suas medíocres visões limitadas, na tentativa de manter em pé suas bases de lodo. Ter por perto um arrogante aristocrático é caminhar em areia movediça no meio do furacão. No início você não vai conseguir perceber este tipo. Reclamam, são pessimistas, cobradores e ingratos. Mas, não sinta culpa ao notar e querer distância deste perfil, o transtorno interno não é seu, os conflitos externos também não. Deixe que sigam com sua falsa soberania e desordem. Só terão isso. Deixe que se escravizem do seu vago orgulho. São isso. O tempo, é o único justiceiro capaz de dizimar este perfil inescrupuloso, a você cabe cuidar-se. Cabe sorrir. Feche o campo e afaste-se. Retirar-se,em paz é estratégia pra quem tem coragem. Coragem, pra fazer recriar as esperanças e construir um novo mundo com alegria.