NÃO SUBSTIME DEUS
Uma vez, avistei um menino sentado perto de uma rua histórica do meu amado Recife. Era pequenino, alegre, cheio de força de vontade e sonhos astronômicos. As suas pequenas mãozinhas apontavam para todas as partes – numa tentativa de descrever tudo à sua volta. Seus olhos brilhavam a cada descoberta, se empolgava cada vez mais ao entender as entrelinhas do mundo. Seus ouvidos estavam sempre atentos aos menores ruídos como se estivesse procurando todos os meios possíveis para alimentar seus sonhos e esperanças. Com sua voz ainda meiga e suave, entoava com firmeza: “um dia eu ainda farei algo grande!”.
“Mas deliberei isto comigo mesmo: não ir mais ter convosco em tristeza”. – 2 Coríntios 2:1
Infelizmente não sei como o rapazinho se encontra, mas certamente ele perdeu boa parte da firmeza que possuía em seus dizeres. Não sei, também, como sua vida está até agora ao longo do decorrer desse ano (seja ele qual for). Pode ser que você não tenha tido as melhores companhias, o melhor emprego ou quem sabe a transformação que você tanto teve forças lá no início do ano e se determinou a proporcionar – agora parece que estamos nos arrastando, não é mesmo?
Muitas dessas transformações envolvem Deus. É inegável. Até mesmo quando dizemos: “serei uma pessoa melhor”, Deus é Bom, você está o insinuando de modo subjetivo. Assim como éramos crianças, nossas mãos são esplêndidas para traçar uma análise precisa de nossa real situação. Somos capazes de dizer o que deveríamos melhorar e o que deve permanecer. Com nossos olhos, nos entusiasmamos com as belíssimas e deliciosas bençãos que essa transformação pode nos gerar. Nossos ouvidos colhem opiniões de todos os lados. A essa altura, sabemos muito bem o que queremos. Então, o ano se inicia e acontece mais do mesmo.
“Mas o que houve de errado?! Já estava tudo planejado!” dizemos. Do mesmo ponto que adoramos fazer planos, somos talentosos para desfazê-los sem ao menos os ter completado. Ao fazer isso, acabamos gastando tempo, energia, subestimamos nossas próprias capacidades e inclusive as de Deus. As pessoas mais sábias não só estabelecem objetivos, mas estimam as consequências de todo o processo envolvido. Não se trata da dificuldade em conseguir cumprir alguma etapa, mas também das coisas que você irá perder e possivelmente não gostar, a princípio. Assim, se você realmente deseja mudar, não deixe para o final do ano. Coloque em prática agora mesmo! Todos os dias! Ao invés de esmaecer e começar a descrer dos doces e agradáveis promessas de Deus, saiba que todo esse processo é necessário. O maior desafio de uma transformação não são as percas ou dores sofridas ao longo do processo, mas a capacidade de ainda acreditar que os objetivos estipulados são reais.
Ao conhecer Deus, nos empolgamos de prontidão. Lemos a bíblia praticamente todos os dias! Sorrimos, falamos de Deus, vamos a todos os cultos e fazemos questão de mostrar nas redes sociais! Dizemos: “quão bom Deus é. É Lindo. Perfeito. Maravilhoso!”. Um certo tempo depois, perdemos aquele ânimo juvenil e começamos a pensar “será mesmo que serei feliz tendo que passar por isso constantemente?”, “eu não senti nenhuma mudança”, “eu não me sinto feliz”. Ao proferir essas palavras, você acabou de desfazer todos os objetivos traçados. E, pior, duvidou dos planos arquitetados por Deus a você.