Roupas

Escrevi aqui nesse recanto há uns anos atrás um pequeno artigo intitulado Nietzsche e a Genealogia da Moral onde falava de minhas primeiras experiências com autores chamados "malditos". Abordei vários nomes da literatura e da filosofia  e me ative a Nietzsche especificamente A Genealogia da Moral  das inquietações que essa obra seminal me causou. No artigo certa altura afirmo que na medida em que o tempo foi passando fui revendo meus conceitos sobre o filósofo e sendo a filosofia nietzschiana uma referência ainda hoje  não a vejo com os mesmos olhos as  mesmas vestes quando travei contato pela  primeira vez com o autor e sua obra. Mas o que quero ressaltar nessa breve explanação é sobre os comentários de algumas pessoas que ao lerem alguns textos de minha autoria acabam por escrever coisas muito bacanas e até superar o que você quis dizer e acrescentar aspectos novos  à  sua analise.   Quem não gosta de uma crítica construtiva, elogio ou gratidão? Pouco interajo com os companheiros desse site, sei que às vezes pode soar como falta de gentileza ou alheamento a comunidade. Nada disso. É  que quando  resolvo escrever escrevo e aí absorto nessa trabalhosa tarefa de escritor amador, escrevente, sabe lá o que queiram denominar, pouco me importa os rótulos,  acabo por consumir todo o precioso tempo que disponho para essa tarefa tentando pelejar com as palavras, para tentar ao escrever ser o mais expressivo possível.  Mas como estava a dizer às vezes tem comentários muito interessantes e que valem ser colocados em destaque: 

 
"Um homem torna-se um "padrão" da cultura que se vestiu. Assim, um cristão anda com a roupa de Cristo. Outros vestem as roupas de Marx. Outros Maomé,Buda e ou religiões hinduístas.Nietzsche também deixou sua vestimenta. É o gosto pela roupa que se nota o homem. Rousseau disse que "o homem nasce bom e é a sociedade que o perverte". Então, como não posso ver com perfeição tudo aquilo que existe dentro de cada homem vejo a mim, lembrando-me do que eu era no meu logo após mocidade e o que sou hoje. É certo afirmar que troquei de "roupa" muitas vezes, visto que varias obtive no decorrer da vida. Jamais me importei com aqueles de vestimenta religiosa, contudo nunca deixei de vigiar de perto os que usam vestimenta politica. Estes sim são por demais perigosos. São insistentes a vestir-me na marra às suas roupas,tolher meu andar, afastar-me de minha biblioteca, obrigarem-me a ver sempre a mesma paisagem, proibir-me a escrita e a queimar minhas roupas e deixar de ser eu. Há os que veem moral perfeita nessa gente. Eu não! Meu nascimento não foi profetizado anteriormente, não vim ao mundo para corrigi-lo, sou uma pessoa humana e não uma ferramenta, e gostem ou não, quem veste minhas roupas sou eu. Nietzsche foi muito importante para mim, Sócrates, Platão, Demócrito, Santo Agostinho, Camus,Marx,kant, o Sr. José do sitio, o Sr. João Carroceiro, meus filhos quando pequenos, minha neta, meus amigos,esposa,chefes que tive, colegas acadêmicos,de trabalho, minha esposa etc., e milhares de autores que li, também foram extremamente relevantes. Vejo que aos 68 anos sou ainda uma pessoa em formação. Só não quero que me tapem a boca, os olhos e os ouvidos. Que não me transformem numa enxada e tomem de mim, a minha vida, a única que tenho, para que outros vivam. Foi simplesmente maravilhoso ler o seu texto. Ele motivou-me a assim eu ter interagido. Grande abraço." 

 
Labareda
Enviado por Labareda em 17/10/2019
Reeditado em 28/10/2019
Código do texto: T6772211
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