CONFORMAÇÃO

Vivemos em tempos de perplexidade, exaustão e desânimo, carecendo do estímulo absurdo e ruidoso do escândalo, dos acontecimentos violentos e calamidades cultivando o tédio, enquanto nos dedicamos ao prazer de descobrir as coisas, para fazer valer a nossa jornada, e focamos em nossas experiências pessoais atentando para a curiosidade com certo percentual de dúvida sobre vários fatores de nossa vida, desde o trabalho ao planejamento futuro ou, de maneira mais geral, sobre nossos relacionamentos, particularmente no que diz respeito à autoridade, que alterou tanto seus procedimentos, que nos motiva a lidar com indiferença diante do aparecimento de corrupção, tão firme é a nossa desconfiança em relação aos políticos.

Indagamos e imaginamos no prazer puro da jornada inquisitiva para a descoberta do saber em busca do conhecimento da ambicionada revelação das coisas profundamente ocultas, a inefável existência, onipotência, onipresença e a onisciência de Deus, o conflito inerente entre ciência e religião, a cura pela fé, as relações humanas e com as coisas, e o nosso fascínio universal por discos voadores. Uma única e curta vida não é suficiente para uma busca tão vasta, incerta, ideada, hermética e inexprimível, que conforma a Verdade.

Precisamos olhar mais internamente, para nos aproximar do entendimento do que aparenta ser complexo, e carecemos de flexibilidade de tempo, crucial para encontrar o pouco de nossa capacidade de pensar, com atenção, nos pontos que conseguimos entrever, sem precisar nos isolar do ruído das pessoas e das coisas em nosso dia a dia, assim evitando a pressão e obsessão frustrante com uma única atividade, pois, é em meio ao nosso mundo cotidiano de objetos que mantemos nossa sanidade, olhando e refletindo com simplicidade o que parece difícil, que nos leva a um pensamento quase presciente do que pode ser revelador, e sentir o prazer de nos aproximar da possibilidade de entender as coisas, que às vezes, repousam num lugar tão óbvio que passa despercebido ao que é aparente à nossa atenção, pois, o inesperado faz a vida valer a pena ser vivida.

No trajeto da vida, ocasionalmente somos agraciados com bons momentos que ocorrem quando não os planejamos. Por outro lado, devemos fazer o que é digno de ser visto, e viver com a dignidade de um bom exemplo, sem nos ocupar tanto em realizar nossos planos ao ponto de esquecer de viver.

Dotados de livre escolha, reconhecemos o que devemos ou não fazer. Entretanto, sabemos, para o bem ou mau, que podemos fazer o que desejamos, se tivermos os meios de realizar. Às vezes, esse princípio se torna no motivo pelo qual as preocupações e lições de muitos pais e mães tenham sido inúteis em seu propósito original de ensinar os filhos a se conduzir bem na vida.

Viver em comunidade pode ser intrigante, e precisamos constantemente procurar referências, inspiração e esclarecimentos conceituais nos fatores nos quais nos envolvemos para alcançarmos uma conclusão aceitável. A nossa convivência e comunicação com o mundo em que vivemos requer uma perspectiva experimental e curiosa das coisas que nos rodeiam e de nossa relação com os outros, algo difícil de capturar sem a nossa exposição analítica e franca, com a uma mente aberta, mas prudente para entender a mentalidade, símbolos e conceitos do comportamento das pessoas e as situações nas quais participamos para distinguir a correlação entre o fato e os problemas, pois, alguns desfechos parecem não ser totalmente suportados pelas causas.

Num universo misterioso sem um objetivo conhecido, existem muitas coisas sobre as quais não sabemos nada. Não parece válido nos constranger por acreditar na incerteza de encontrar a resposta para as perguntas além do domínio de nosso conhecimento humano. Contudo, devemos buscar respostas para as coisas que afligem o bem-estar, a paz, o progresso e crescimento humano.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 13/09/2019
Código do texto: T6744539
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