AS CHAMAS DA IGNORÂNCIA NOS CONSOMEM

Recentemente, temos visualizado o grande impacto das queimadas acirradas por fatores humanos na região norte do Brasil. Não pretendo me estender quantitativamente sobre o que já vem ocorrendo há décadas no país quanto a gestão dos recursos naturais. O que pedimos, é um consumo sustentável dos biomas a fim de que os ecossistemas existentes coexistam com o mínimo de impacto possível.

É inegável que o poder nos transforma. Seja a curto ou longo prazo, o “poder” pode, sim, nos tornar confiantes em demasia ao ponto de não enxergarmos que estamos pisando em outras vidas. Costumo dizer que a aquisição de conhecimento é primordial para todos nós; desenvolvemos o raciocínio lógico, estabelecemos um senso crítico sobre tudo o que nos cerca. Mas, uma enxurrada de conhecimento, ou as promissoras vantagens advindas desses, podem nos levar a ignorância e rigidez intelectual – entramos num ciclo vicioso.

Na Alemanha, a sua ânsia pela dominação de cada vez mais territórios e eliminação de dadas crenças fez com que o próprio Estado se desmantelasse e ruísse no fim de 1945, estragos foram encontrados em todas as partes, Hiroshima é um bom exemplo do desejo exacerbado pela soberania entre as nações. Vindo para as Américas, em 1824, D. Pedro 1 outorga o “Constituição da Mandioca”; este ato levou ao seu colapso anos mais tarde e os próximos governos se mantiveram com uma postura exclusivista, exploratória e com ações a curto prazo.

Chegamos no século 21 e mais do mesmo continua a existir. Temos um país dominado por grandes empresários que, ao se ajuntarem com políticas neoliberalistas, cegam-se ao ponto de atirarem em seus próprios pés. No Brasil, temos um sistema educacional sucateado, que mais finge que ensina do que forma cidadãos (seu real propósito). Na saúde, vemos amontoados de pessoas sendo humilhadas a condições insalubres que poderiam ser muito bem evitadas. Em termos de segurança social, temos medo de sairmos de nossas próprias casas – quando mais jovem, me recordo muitíssimo bem de ver meus pais conversando durante a madrugada na calçada da rua (quem é louco (a) de fazer isso hoje?!)

A fundamentação teórica para a atual situação sempre é acompanhada da expressão “a crise...”; convenhamos: vemos que o vício pelo poder tem auto sucumbido não só os parlamentares, mas também a todos nós. Nos tornamos mais egoístas, seletores de nossos ambientes e pessoas que nos cerceiam (somos livres, não? Nós quem fazemos as regras!) caímos em nossa própria magia. Desprezamos grandiosíssimas oportunidades de crescimento e mudança. Novamente, é necessário um planejamento a longo prazo bem como uma melhor priorização do que é importante para o desenvolvimento sadio de nossa postura moral e social. Não basta ter o conhecimento, é preciso saber usá-lo. Evidentemente, nossos impulsos atuam grandemente na satisfação de nossos desejos pecaminosos.

Matheus Phelipe
Enviado por Matheus Phelipe em 08/09/2019
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