O nosso “bom” é realmente Bom?
Em uma aula de inglês no ensino médio, ouvi a seguinte história de meu professor:
“Em uma certa cidade, houveram chuvas torrenciais durante vários dias; a consequência delas se desdobraram em regiões alagadas que cobriam casas por completo. Durante esses dias de agonia, em uma pequena casa, havia um senhor muito próximo a Deus durante toda a sua vida. Sempre falava de Deus para todos, participava de todas as celebrações e tantas outras coisas que todos nós fazemos atualmente. Ao ver toda aquela água subindo rapidamente, seus instintos humanos o fizeram subir até o topo da casa. Lá, no telhado, começou a suplicar a Deus para que a Sua mão ‘entrasse em cena’ e o ajudasse, seja para vida ou para a ‘morte’.
Durante 3 vezes, o corpo de bombeiros tentou socorrer o senhor a fim de leva-lo para um abrigo com outros desabrigados. Os três profissionais ouviram a mesma resposta: ‘Estou esperando Deus me salvar’. Como consequência desses atos, a estrutura da casa não suportaria por tanto tempo mais e ruiu com tudo em seu entorno.”
Seria um castigo de Deus para aquele pobre servo que o serviu por toda a sua vida? Ele, realmente, não era digno de ser agraciado pelos braços do Eterno Pai? A princípio, pode parecer uma história que induziria enxergarmos, para alguns, um Deus indiferente com a criação. Para outros, pode ser o estopim para severas reflexões do tipo: a humanidade reflete os traços de Deus bem como atua para que os Seus propósitos sejam cumpridos na terra? Antes inferirmos conclusões precipitadas, conhecemos a quem julgamos (Deus)?
“Assim diz o Senhor: ‘Maldito é o homem que confia nos homens, que faz da humanidade mortal a sua força, mas cujo coração se afasta do Senhor’” - Jeremias 17:5
A existência do Criador, para muitos, não mais é contestada; nem mesmo em meios científicos. Parece-me agora que os esforços residem em atrelar a Deus uma figura depreciativa, retirando a culpa do caos mundano de nossas mãos – alguns tentam adicionar ao Criador sentimentos pecaminosos como a raiva, desprezo e vingança em Sua essência com base nas consequências de nossas próprias decisões. Ora, se a humanidade tende a ter uma sede insaciável pelas riquezas materiais ao ponto de matarem uns aos outros, em que instância Deus possui culpa? Alguns gostam de retrucar com: “Se Ele é o Legislador universal, poderia muito bem intervir e evitar todas essas situações que aos nossos olhos são tão desagradáveis” – isso revela uma atitude desesperada e infundada para livrar um fardo que pertence a todos nós. Todas as coisas possuem propósitos estritamente delimitados para acontecer.
Usar “aos nossos olhos” me parece bem arcaico visto que a depender do referencial, vontades distintas podem continuar sendo válidas. Para um dado movimento ditatorial, aquela guerra e matança é benéfica para atingir suas premissas; para outros grupos, se trata de uma grande ameaça a sua existência ter um “vizinho” que está prestes a te destruir. Ou seja, acabamos avaliando a Deus com base em alguns pressupostos que convém, na maioria das vezes, a um grupo restrito de pessoas. É difícil entendermos que algo aparentemente “ruim”, é uma peça chave para que, de fato, o Bem esteja entre todos nós. Não conhecemos uma fração infinitesimal dos Planos de Deus, não compete a nós ditarmos o que é “melhor” ou “pior”. O “bem” também é feito por pessoas “más”, como podemos, então, afirmar quais passos que a sociedade deve adotar?