EMANCIPAÇÃO
O magnífico poder da palavra, falada e escrita, das pessoas sábias que caminharam nesta Terra através das décadas, dos séculos e dos milênios registrando os pensamentos mais íntimos e disseminando-os, tem moldado os acontecimentos na história humana, nos trazendo até agora, incorporando todas as observações e intentos ideando o que ocorre fora de nós e buscando o que está dentro de nós, tendo como núcleo da narrativa a busca incessante pela simplificação da vida culminando na esperança do achado da felicidade como um objetivo primordial da existência, como um sentido semelhante de prazer.
Mas, quais elementos de motivos voluntários e involuntários ocorrentes ou almejados sustentam a felicidade, em adição aos nossos genes, à nossa saúde e a nossa fortuna?
Infelizmente, apesar de a felicidade dos outros não representar um determinante do contentamento alheio, no mundo virtual é identificável a contingência do contentamento pessoal que vai além do horizonte social do participante, em relação ao sentimento atual dos amigos, dos amigos de amigos e amigos dos amigos de seus amigos, aumentando o nível de distanciamento no coletivismo social do grupo.
Contudo, os sentimentos podem se popularizar e contagiar emocionalmente, por pouca duração, as pessoas, durante crises pessoais compartilhadas, uma troca de sorrisos, uma celebração espontânea, ou, a rara notícia da imposição de regulamentação de altos impostos sobre quem ganha mais dinheiro diminuindo o constrangimento nos menos afortunados.
A imaterialidade da abstração da riqueza, não gera a plenitude existencial que a interação social e emocional proporciona. Entretanto, a importância das experiências subjetivas como a felicidade, é uma ontologia, portanto, podem ser estudadas metodologicamente por práticas cientificamente reconhecidas.
Não há princípios lógicos auto evidentes isentos de discordância, afirmando um único fator determinante da causa da felicidade, seja a ausência da apreensão que suprime a realidade, seja pensando menos, sentindo mais no livramento da inação e o desprendimento para fazermos o que desejamos reconhecendo e apreciando o que temos e nos dedicando ao significado mais tangível e aplicar em prol de algo que consideramos maior do que nós mesmos.
Então, somente deixemos o tempo fluir no rodízio invariável dos astros regentes da renovação dos dias e das noites, pois, num momento irrefletido e simples acontecendo aqui e agora, num espaço sem fronteiras, a felicidade nos pega de surpresa nutrindo nossa imaginação com sentimentos espontâneos que só sonhávamos.