Uma tarde qualquer

Pelas andanças impostas ao diáfano véu do trabalho, onde trabalho é possível apreciar cada detalhe do conjunto entalhado no decorrer da vivência humana. Poderia me ocupar, entre uma ida e vinda, sobre o que pensam as pessoas. Entretanto, me concentro no que penso. E assim, vejo os pneus colocando seus pés quentes no asfalto quente do inverno. Essa simetria descontinuada de afazeres que não permitem rimas. Apenas poesias visuais. Árvores desnudas se alimentando de energia para criar suas folhas na época certa e, algumas, com frutos ainda não apreciados. Alguém nota? Pessoas paradas, esperando algo ou pessoas andando querendo parar. Há, pelo menos para mim, uma mansidão latente que tudo poderia ser mais tranquilo, mesmo parecendo ser. Pequenos riscos de água percorrendo as ruas como rios secos esperando as chuvas que apagarão seus pequenos traços para se tornar fortes correntes, no momento apropriado. Tudo segue um fluxo. E todos, também. E olha que somos apenas um pequeno ponto azul nessa imensidão do Universo. Alguém nota?

Scrittore
Enviado por Scrittore em 12/08/2019
Reeditado em 12/08/2019
Código do texto: T6718592
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